sábado, 14 de janeiro de 2012

Simbologia do Bar e Discoteca

Simbologia do Bar e Discoteca



Características simbólicas do bar e discoteca
A Simbologia do Bar e Discoteca abrange a nível geral todo o nosso sistema socio-economico-cultural em interacção com comportamentos individuais da dos individuos como interagentes com o meio, na vivência da década em questão.
Desta forma, a Simbologia do Bar e Discoteca, tem muito que se lhe diga...Começando... A explosão de todos os sistemas sociais, a globalização e a iluminação permitem a Portugal no início dos anos 80 a introdução de dois novos conceitos de espaços lúdicos e estabelecimentos comercias nocturnos inovadores – os bares e as discotecas.



Simbologia do Bar e Discoteca - Características



Os bares surgem da fusão de conceitos de estabelecimentos já existentes no passado ainda presente na vida das cidades europeias e americanas de cafés, tabernas, tascas, adegas, casas de pasto, restaurantes e boites. Este “novo” conceito, para alguns – de bar, ou pelo menos mais difundido - são o “templo do álcool”, “clube”, “segundo lar”, lugar para “fazer contacto”, lugar do lazer e do ócio, foyer da boémia, lugar do vício, “ambiência cultural importante da cidade”, e da “alma” citadina. Todas essas representações e categorizações estão escritas na proposta de Machado da Silva, Dulce Magalhães e Sylvaine Conrod de investigar o que estes estabelecimentos significam para aqueles que o frequentam, trabalham ou deles vivem próximos (Machado, 1978; Magalhães, 2001; Sylvaine Conord, 1999). E ainda, referem os autores que qualquer que seja a origem deste tipo de estabelecimento ou à sua variedade têm elementos em comum e semelhanças a ele adjacentes, como a informalidade e o consumo de bebidas alcoólicas.


Simbologia do Bar e Discoteca - Práticas de rituais


Os bares nocturnos são considerados como locais de encontro. O reagrupamento de indivíduos no seio de um espaço peculiar, ao se apresentar num local público facilita o processo de contacto. Os seus clientes são relativamente homogéneos em termos de idade e membros de um ambiente social. (Sylvaine Conord [et al.], 1999: 113) A frequência dos bares nocturnos é percebida geralmente como desorganizada, na medida em que os bares nocturnos apresentam-se como “défouloirs ” (Sylvaine Conord [et al.], 1999: 113) onde as pessoas estão lado a lado livremente, com poucos códigos a respeitar. Esta percepção opor-se-ia à da vida diurna, nesta última o indivíduo é sujeito a uma importante regulamentação dos comportamentos. Contudo constata-se que o espaço-tempo específico que constitui os bares nocturnos é igualmente governado por um conjunto de regras de comportamentos que não é necessário transgredir, mas que não são explícitas. Estes códigos raramente são elaborados pela população global, mas pela que constitui os clientes dos bares nocturnos.
Sylvaine Conord [et al.] (1999: 12-13) no seu estudo descreve que os bares nocturnos têm um ambiente de liberdade e ao mesmo tempo de selecção discreto que é feita à entrada e à medida que a noite avança e carregar com ela o seu lote de sonâmbulos “aos comportamentos aleatórios”, e à liberdade do movimento que reúne dentro graças à prática anglo-saxónica do “cash and carry” que pede cada um que encomendem a sua bebida, pagar o montante e voltar para o seu grupo ou uma mesa onde será possível comprometer a conversação e fazer-se de novos contactos, ou ainda permanecer no bar. Esta liberdade de movimento que permite a liberdade dos contactos simboliza a distância que cada um pode tomar em relação às normas sociais do dia, o mundo dos adultos e a sedentarização. O movimento cria a ilusão necessária da fuga do diário rotineiro. A bebida produzida cria um sentimento pontual de fusão.


Simbologia do Bar e Discoteca - Éfemero


Os bares nocturnos têm um ambiente de liberdade de movimento que permite a liberdade dos contactos que simboliza a distância, que cada um pode tomar em relação às normas sociais do dia, ao mundo dos adultos e à sedentarização. O movimento cria a ilusão necessária da fuga do diário rotineiro. A bebida produzida cria um sentimento pontual de fusão. Reencontramos com os bares de noite dos temas desenvolvidos pelo pensamento pós-moderno, e particularmente com Michel Maffesoli na França, sobre o lugar da emoção, “da fusão comunitária” (1988: 94 et sq.) do “orgiasme ”, como “parte do social” dominante do período contemporâneo em oposição a um período anterior apresentado como mais individualista (1982), e “ o nomadismo” hoje (1997). “O efémero” individualista, denunciado por Gilles Lipovesky, ou pelo contrário “l’affectuel ” comunitário descrito por Michel Maffesoli, ou mesmo “o nomadismo” dos jovens que observamos aquando das mudanças (Domínica Desjeux e Al, 1998), existe bem mas não tanto como novas tendências da sociedade “pós-moderna” mas, como momentos pontuais de inversão ligados a uma passagem, a uma etapa geracional. A iniciação ajuda à passagem e ritualização dos mecanismos sociais que existem em qualquer sociedade. O que varia a função das culturas e da história, são as formas de passagem e o sentido ritual. O inquérito mostra que é difícil localizar hoje rituais equivalentes rituais institucionais agrários e religiosos que estruturavam ainda há uma quarentena de anos a sociedade. (ibidem)

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